As substâncias húmicas fazem parte da composição orgânica do solo (húmus). São compostos orgânicos oriundos da decomposição de resíduos vegetais e animais (podendo ser procedentes da extração de turfas, de minas e também podem ser sintetizadas industrialmente) e podem ser utilizados como insumos para o manejo de diversas culturas. 

Suas propriedades químicas, microbiológicas e físicas podem garantir um incremento na produtividade devido aos benefícios que promove para a estrutura física e química do solo e para o metabolismo das plantas.

As influências na estrutura física ocorrem através da maior retenção de água, melhora da aeração e, por consequência, maior resistência a erosão devido as suas partículas coloidais, que são capazes de formar uma emulsão em contato com a água (KIEHL, 1985). As melhorias químicas ocorrem em função da atuação como agentes complexantes e suas elevadas capacidades de troca de cátions (CTC) sendo dos ácidos húmicos é de 350 e 500 meq 100 g-1 e e os ácidos fúlvicos de 700 a 1000 meq 100 g-1.

Segundo Beauclair (et al. 2007), o efeito mais evidente dos ácidos húmicos é sobre sua dinâmica no nitrogênio amonical, já que quando há adição destes ácidos no solo, ocorre aumento da concentração de NH4 + e redução de NH3 -. Com isso ocorre uma diminuição significativa da forma mais volátil do nitrogênio (NH3-) e este processo ainda gera radicais orgânicos com carga negativa que têm grande afinidade com NH4 +, ajudando a retê-lo, diminuindo sua lixiviação no solo, deixando nitrogênio da forma disponível (NH4+) para às plantas.

Os efeitos mais significativos dos ácidos húmicos e fúlvicos na planta ocorrem nas raízes, onde promovem um efeito positivo no crescimento, seja pelo aumento das ramificações laterais, ou pelo incremento de sua biomassa. Os ácidos húmicos no solo estimulam a síntese de auxinas ou agem de forma semelhante a ela, já que resulta em expansão e elongação das células, promovendo o crescimento total das raízes (CANELLAS et al., 2005).

Um desafio na agricultura atual é equacionar a crescente demanda por quantidade e qualidade dos alimentos com a exploração racional do meio ambiente e é aqui que as substâncias húmicas se transformam em grandes aliadas para encontrar novos pontos de equilíbrio e sustentabilidade.