Blog
Dia Mundial do Café: Conheça a sua Expansão
A história do café é antiga, seu nome vem do árabe qahwa = vinho e sua origem mais aceita é relacionada ao pastor Kaldi, na região da Etiópia, na África, há mil anos. O pastor Kaldi notou que as cabras ficavam com mais energia e conseguiam caminhar longas distâncias quando ingeriam um fruto de coloração amarelo-avermelhado nos pastos. O pastor mencionou sobre a fruta com um monge, que resolveu utilizá-las na forma de infusão, constatando que a bebida ajudava a suportar o sono. A notícia se espalhou rapidamente, gerando uma demanda muito grande pela bebida (SANTOS, 2011).
No século XVII o café era produzido unicamente na Arábia, com total sigilo no seu cultivo e manipulação, de forma a manterem o controle total da produção desta “fonte de energia” (ABIC, 2009).
A primeira muda de café chegou ao norte do Brasil, em Belém, no ano de 1727, trazida de forma clandestina da Guiana Francesa pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta, a pedido do então governador do Maranhão e Grão Pará, em razão do seu alto valor comercial (TAUNAY, 1939).
Há inúmeras espécies de café no mundo, sendo que no Brasil, as mais plantadas são: arábica e conilon. O conilon apresenta maior resistência e capacidade de produção em relação ao arábica, no entanto, o grão de café com melhor peculiaridade e o mais produzido é o arábica, sendo cultivado em regiões com altitude de 700 a 2000 metros. A altitude influencia diretamente na qualidade do grão, que quanto maior a altitude, melhor é a qualidade do café (NASSER, 2007).
O principal produto de exportação do setor no Brasil é o café arábica, porém as exportações de conilon estão impulsionadas pelo seu preço atrativo (CONAB, 2025).
O primeiro levantamento da safra brasileira de café 2025, figura 1, prevê redução de 4,4% nas sacas de café beneficiado em relação à safra anterior. A bienalidade do café é um fenômeno natural que alterna anos de alta e baixa produção, com a safra de 2025 apresentando ciclo de baixa bienalidade. Diversas regiões produtoras sentiram os efeitos fisiológicos que comprometeram a produtividade das plantas, com longos períodos de restrição hídrica e altas temperaturas nas fases de florada (CONAB, 2025).
Em 2025, estimativas indicam que a área de café arábica tem 1.484,1 mil ha, com produtividade média de 23,4 sc/ha. Esses valores representam -1,6% de área e -11% de produtividade em relação à safra passada. A figura 2 mostra que a produtividade média de café arábica teve bienalidade definida até a safra 20/21, com redução da produtividade nas safras seguintes, influenciadas pelo clima (CONAB, 2025).
O café conilon, na safra 2025, estima área de 369,7 mil ha, com produtividade média de 46,3 sc/ha. Esses valores representam -0,7% de área e +18,1% de produtividade em relação à safra passada. A figura 3 mostra que a produtividade média de café conilon está aumentando ao longo das safras (CONAB, 2025).
O crescimento nas exportações brasileiras do café em 2024, estão relacionados com a valorização do café no mercado internacional, a elevação do dólar no Brasil, o aumento da produção nacional de café arábica em 2024 e a limitação da oferta do café na Ásia. As altas cotações estão relacionadas com o baixo volume de estoque, que gerou pressão sobre os preços ao longo de 2024 (CONAB, 2025).
A produção do café tem grande relevância na economia global, participando de um dos ciclos econômicos mais prolongados e transformadores no Brasil (FERRÃO et al., 2017).
Diante do cenário atual do grão e sua importância mundial, a construção do perfil do solo e uso de práticas tecnológicas são fundamentais para que as plantas suportem as adversidades do clima e aumentem seu potencial de produção com qualidade.
A Massari possui soluções inovadoras em Fertilizantes Minerais Mistos, atuando na química e biologia do solo, gerando produtos com qualidade. Contate-nos!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABIC. Associação Brasileira da Indústria de Café. Os primeiros cultivos do café. Rio de Janeiro, 2009.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de café, Brasília, DF, v.11, n. 4, quarto levantamento, janeiro 2025.
FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A.; FERRÃO, M. A. G.; DE MUNER, L. H. Coffea canephora. Café Conilon. Vitória, ES: Incaper, 2017.
NASSER, P. O Gigante do Café. Brasil, 2007.
SANTOS, L.C. Percepção das estratégias organizacionais e dos fatores críticos de sucesso das micro e pequenas empresas de cafés em Brasília. UNB. Brasília, 2011.
TAUNAY, A. de E. – História do café no Brasil: no Brasil Imperial 1822-1872. Rio de Janeiro, Departamento Nacional do Café, 1939.
Texto elaborado por:
Camila Menezes | Bióloga e Engenheira Agrônoma
Pós-Graduada em Gerenciamento Ambiental e em Manejo do Solo