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Aspectos Gerais das Braquiárias e suas Características

As espécies forrageiras pertencem à mesma família do milho, família Poaceae, sendo que o gênero Brachiaria se destaca pela boa adaptação às condições ambientais e elevada capacidade produtiva de suas espécies (WELKER; LONGHI-WAGNER, 2007). O gênero Brachiaria é constituído por cerca de 100 espécies espalhadas nas regiões tropicais e subtropicais. São espécies: perenes ou anuais; eretas ou decumbentes; possuem coloração verde escura; podendo atingir de 30 a 90 cm de altura (SOUZA, 2014).

O Brasil é um grande produtor e exportador de sementes de gramíneas forrageiras tropicais, tendo maior destaque a produção de forrageiras do gênero Brachiaria spp. A morfogênese de uma gramínea ocorre em três fases: taxa de aparecimento, taxa de alongamento e duração das folhas, que são bastante influenciadas pela temperatura, luz, água, fertilidade do solo e práticas de manejo (VALLE et al., 2009).

De acordo com Macedo (2009), as plantas forrageiras possuem capacidade de reestruturar o solo, em especial as dos gêneros Brachiaria spp e Panicum spp, através de seu sistema radicular. A parte aérea das plantas também traz benéficos com a proteção do solo, evitando assim, perdas por erosão, diminuição da temperatura e menor perda de água por evaporação.

O uso de espécies forrageiras perenes, como as braquiárias, tem crescido para a cobertura de solo devido seus benefícios, como: sistema radicular profundo e resistente, boa adaptação a solos de baixa fertilidade, ampla produção de biomassa e elevada persistência na superfície do solo (NASCENTE et al., 2012).

As plantas de cobertura contribuem para a reciclagem de nutrientes e diminuem as perdas por lixiviação e volatilização, além de disponibilizar gradualmente os nutrientes (LÁZARO et al., 2013).

A escolha da espécie de plantas de cobertura adequada vai depender da finalidade desejada, seja para produção de fitomassa ou capacidade de absorção e acúmulo de nutrientes (ALBUQUERQUE et al., 2013). As espécies de plantas de cobertura mais utilizadas são: braquiária, milheto e crotalária (GARCIA et al., 2012). As forrageiras do gênero Brachiaria produzem elevada fitomassa e são bastante tolerantes ao déficit hídrico (PACHECO et al., 2011).

Os indicadores de qualidade física do solo estão relacionados com os parâmetros morfológicos das culturas, área foliar e crescimento da parte aérea e radicular (GUBIANI, 2012). De acordo com Kuncoro et al. (2014), a densidade do solo, a textura, a estabilidade dos agregados e a distribuição e o tamanho dos poros, são atributos físicos do solo que interferem no desenvolvimento das plantas.

O revolvimento constante do solo provoca a dispersão de suas partículas e a obstrução dos poros, alterando os fluxos de água e ar das plantas (VALENTINE et al., 2012). Solos compactados impedem o desenvolvimento do sistema radicular, em consequência do menor volume de solo explorado pelas raízes, reduzindo a absorção de água e nutrientes na solução do solo, ocasionando baixas produtividades pelas culturas (DALCHIAVON et al., 2011).

O sistema radicular das forrageiras contribui para a descompactação do solo, possibilitando maior infiltração de água e ar, e melhora sua estrutura, além de aumentar a macroporosidade do solo através do aumento da estabilidade dos agregados (SEIDEL et al., 2014).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, A. W.; SANTOS, J. R.; FILHO, G. M.; REIS, L. S. Plantas de cobertura e adubação nitrogenada na produção de milho em sistema de plantio direto. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande. v. 17, n. 7, 2013, p. 721-726.

DALCHIAVON, F. C.; CARVALHO, M. P.; NOGUEIRA, D. C.; ROMANO, D.; ABRANTES, F. L.; ASSIS, J. T.; OLIVEIRA, M. S. Produtividade da soja e resistência mecânica a penetração do solo sob sistema de plantio direto no cerrado brasileiro. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 41, n. 1, 2011, p. 8-19.

GARCIA, C. M. de P.; ANDREOTTI, M.; TARSITANO, M. A. A.; TEIXEIRA FILHO, M. C. M.; LIMA, A. E. da S., GARCIA, S. B. Análise econômica da produtividade de grãos de milho consorciado com forrageiras dos gêneros Brachiaria e Panicum em sistema plantio direto. Revista Ceres, Viçosa. v. 59, n. 2, 2012, p. 157-163.

GUBIANI, P. I. Regularidade de resposta da cultura do milho à compactação do solo. Universidade Federal de Santa Maria. 2012, 154 p.

KUNCORO, P. H.; KOGA, K.; SATTA, N.; MUTO, Y. A study on the effect of compaction on transport properties of soil gas and water. II: Soil pore structure indices. Soil and Tillage Research, Amsterdam, v. 143, 2014, p. 172-179.

LÁZARO, R. L.; COSTA, A. C. T.; SILVA, K. F.; SARTO, M. V.M.; JÚNIOR, J. B. D. Produtividade de milho cultivado em sucessão à adubação verde. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 43, n. 1, 2013, p. 10-17.

MACEDO, M. C. M. Integração lavoura-pecuária: o estado da arte e inovações tecnológicas. Revista Brasileira de Zootecnia, Brasília, v. 38, n. 1, 2009, p. 133- 146.

NASCENTE, A. S.; GUIMARÃES, C. M.; COBUCCI, T.; CRUSCIOL, C. A. C. Brachiaria ruziziensis and herbicide on yield of up land rice. Planta Daninha, Viçosa. v. 30, n. 4, 2012, p. 729-735.

PACHECO, L. P.; LEANDRO, W. M.; MACHADO, P. O. A.; ASSIS, R. L.; COBUCCI, T.; MADARI, B. E.; PETTER, F. A. Produção de fitomassa e acúmulo e liberação de nutrientes por plantas de cobertura na safrinha. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v. 46, n. 1, 2011, p. 17-25.

SEIDEL, E. P.; GERHARDT, I. F. S.; CASTAGNARA, D. D.; NERES, M. A. Efeito da época e sistema de semeadura da Brachiaria brizantha em consórcio com o milho, sobre os componentes de produção e propriedades físicas do solo. Ciências Agrárias. Londrina, v. 35, n. 1, 2014, p. 55-66.

SOUZA, E. F. Comparação de Técnicas de Inoculação de Pseudomonas fluorescens em brachiaria decumbens spp para Avaliação de Crescimento Vegetativo. Dissertação (Mestrado). São Jose dos Campos, SP/ UNICASTELO, 2014, 57 p.

VALENTINE, T. A.; HALLETT, P. D.; BINNIE, K..; YOUNG, M. W.; SQUIRE, G. R.; HAWES, C.; BENGOUGH, A. G. Soil strength and macropore volume limit root elongation rates in many UK agricultural soils. Annals of Botany, Oxford, v. 110, n. 2, 2012, p. 259-270.

VALLE, C. B. do; JANK, L.; RESENDE, R. M. S. O melhoramento de forrageiras tropicais no Brasil. Revista Ceres. Viçosa, v. 56, n. 4, 2009, p. 460-472.

WELKER, C. A. D.; LONGHI-WAGNER, H. M. A família Poaceae no Morro Santana, Rio Grande do Sul, Brasil. Porto Alegre. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. 4, 2007, p. 53-92.

Texto elaborado por:

Camila Menezes | Bióloga e Engenheira Agrônoma
Pós-Graduada em Gerenciamento Ambiental e em Manejo do Solo

 

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