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O consórcio de plantas é uma prática agrícola que corresponde ao cultivo simultâneo de duas ou mais culturas em uma mesma área (MAGALHÃES et al., 2013).
A cobertura verde vem ganhando espaço na agricultura, em especial o consórcio de forrageiras perenes com o milho. Esse consórcio só é possível devido à diferença de crescimento entre as espécies (SEREIA et al., 2012 ).
A escolha da espécie de plantas de cobertura adequada vai depender da finalidade desejada, seja para produção de fitomassa ou capacidade de absorção e acúmulo de nutrientes (ALBUQUERQUE et al., 2013). As espécies de plantas de cobertura mais utilizadas são: braquiária, milheto e crotalária (GARCIA et al., 2012).
O uso de espécies forrageiras perenes, como as braquiárias, tem crescido para a cobertura de solo devido seus benefícios, como: sistema radicular profundo e resistente, boa adaptação a solos de baixa fertilidade, ampla produção de biomassa e elevada persistência na superfície do solo (NASCENTE et al., 2012).
Em cultivos consorciados ocorre interferência interespecífica, podendo inviabilizar o sistema em consequência da competição por nutrientes, luz, água e a densidade populacional da espécie competidora. Essa competição vai gerar menor crescimento e desenvolvimento das espécies (VIDAL, 2010). A competição entre indivíduos da mesma família gera um estresse muito grande, pois espécies semelhantes apresentam as mesmas exigências nutricionais (VASCONCELOS et al., 2012).
A competição por água, luz e nutrientes se intensifica a medida que aumenta o número de plantas em uma mesma área, sendo a água o primeiro recurso a ficar escasso no meio, prejudicando ambas as plantas (VIDAL, 2010).
A capacidade de tolerar a competição com outra planta difere entre as espécies. O milho, por exemplo, é uma planta anual que possui crescimento inicial elevado, alterando parte da energia em grão. Já a maioria das forrageiras, tem crescimento inicial lento, gerando raízes profundas. Ambas as espécies pertencem a mesma família – Poaceae, contudo, é possível a consorciação do milho com a forrageira sem grandes competições, desde que seja ajustada a população de ambas as culturas (SEREIA et al., 2012).
Solos compactados impedem o desenvolvimento do sistema radicular, em consequência do menor volume de solo explorado pelas raízes, reduzindo a absorção de água e nutrientes na solução do solo, ocasionando baixas produtividades pelas culturas (DALCHIAVON et al., 2011). O sistema radicular das forrageiras contribui para a descompactação do solo, possibilitando maior infiltração de água e ar, e melhora sua estrutura, além de aumentar a macroporosidade do solo através do aumento da estabilidade dos agregados (SEIDEL et al., 2014).
A ação de dois sistemas radiculares no consórcio atua de diferentes formas e profundidades, como por exemplo, o incremento da matéria orgânica, que vai ser mais intenso e em maior profundidade. Anos consecutivos deste sistema podem promover um efeito residual e seus benefícios também podem promover incremento na produtividade de cultivos em sucessão, como a soja (SEREIA, 2014).
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Referências bibliográficas:
ALBUQUERQUE, A. W.; SANTOS, J. R.; FILHO, G. M.; REIS, L. S. Plantas de cobertura e adubação nitrogenada na produção de milho em sistema de plantio direto. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande. v. 17, n. 7, 2013, p. 721-726.
DALCHIAVON, F. C.; CARVALHO, M. P.; NOGUEIRA, D. C.; ROMANO, D.; ABRANTES, F. L.; ASSIS, J. T.; OLIVEIRA, M. S. Produtividade da soja e resistência mecânica a penetração do solo sob sistema de plantio direto no cerrado brasileiro. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 41, n. 1, 2011, p. 8-19.
GARCIA, C. M. de P.; ANDREOTTI, M.; TARSITANO, M. A. A.; TEIXEIRA FILHO, M. M.; LIMA, A. E. da S., GARCIA, S. B. Análise econômica da produtividade de grãos de milho consorciado com forrageiras dos gêneros Brachiaria e Panicum em sistema plantio direto. Revista Ceres, Viçosa. v. 59, n. 2, 2012, p. 157-163.
MAGALHÃES, I. D.; SOARES, C. S.; COSTA, F. E.; ALMEIDA, A. E. S.; OLIVEIRA, B.; VALE, L. S. Viabilidade do consórcio mamona-gergelim para a agricultura familiar no semiárido paraibano: Influência de diferentes épocas de plantio. Revista Brasileira de Agroecologia. v. 8, 2013, p. 57-65.
NASCENTE, A. S.; GUIMARÃES, C. M.; COBUCCI, T.; CRUSCIOL, C. A. C. Brachiaria ruziziensis and herbicide on yield of up land rice. Planta Daninha, Viçosa. v. 30, n. 4, 2012, p. 729-735.
SEIDEL, E. P.; GERHARDT, I. F. S.; CASTAGNARA, D. D.; NERES, M. A. Efeito da época e sistema de semeadura da Brachiaria brizantha em consórcio com o milho, sobre os componentes de produção e propriedades físicas do solo. Ciências Agrárias. Londrina, v. 35, n. 1, 2014, p. 55-66.
SEREIA, R. C. Atributos físicos e químicos do solo sob cultivos de outono- inverno em sistema de semeadura direta. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual Paulista. Botucatu, 2014, 119 p.
SEREIA, R. C.; LEITE, L. F.; ALVES, V. B.; CECCON, G. Crescimento de Brachiaria spp. e milho safrinha em cultivo consorciado. Agrarian. Dourados, v. 5, n. 18, 2012, p. 349-355.
VASCONCELOS, M. C. C.; SILVA, A. F. A.; LIMA, R. S. Interferência de plantas daninhas sobre plantas cultivadas. Revista Agropecuária Cientifica no Semiárido. Campos de Patos – PB, v. 8, n. 1, 2012, p. 01-06.
VIDAL, R. A. Interação negativa entre plantas: inicialismo, alelopatia e competição. Porto Alegre-RS: UFRGS, 2010, 132 p.
Texto elaborado por:
Camila Menezes | Bióloga e Engenheira Agrônoma
Pós-Graduada em Gerenciamento Ambiental e em Manejo do Solo
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